8.abr.2021 - Monique Medeiros, mãe do menino Henry Borel, 4, morto na madrugada de 8 de marçoImagem: Érica Martin/Enquadrar/Estadão Moniq...
Monique Medeiros, mãe de Henry Borel, divulgou nova carta que contradiz o primeiro depoimento que prestou à polícia. O Fantástico teve acesso ao relato —Monique conta o que teria acontecido nos dias seguintes à morte do filho e acusa o primeiro advogado de ser o responsável por uma "versão inventada".
A mensagem foi escrita na cadeia. "A carta é uma forma de mostrar a importância do depoimento dela. A carta desdiz muita coisa que foi dita num momento completamente distinto do atual", afirmou a defesa de Monique.
Após a notícia da morte do menino, Monique e Jairinho cuidariam do velório da criança, enquanto Leniel Borel, pai de Henry, ficou encarregado de ir ao IML (Instituto Médico Legal), onde foi realizado o exame de necropsia.
Leniel me ligou dizendo que havia alguma coisa errada com o exame do Henry. Que estava constando: laceração hepática, por uma ação contundente e hemorragia interna"Trecho da carta de Monique Medeiros
Em outro trecho da carta, Monique conta que Jairinho a questionou sobre o IML. "Jairinho chegou cedo na minha casa, ficou me fazendo companhia e pediu para perguntar ao Leniel se já tinha havido alguma resposta. Foi quando Leniel respondeu que tudo estava atrasado pois o IML estava sem abastecimento de água. Jairinho ficou indignado e disse que se fosse preciso, compraria um caminhão pipa pra ajudar (...)", disse na carta.
Segundo Leniel Borel, que também foi entrevistado pelo Fantástico, Monique ficou quieta após o resultado do IML. "Eu mostrei pra ela e falei: olha só, Monique. Tá vendo aqui. Isso aqui não é natural. O policial tava próximo e eu falei: isso é natural? Não. Isso é uma agressão. Ela não falou nada. Nada ela falou naquele momento. Ficou quieta. Depois foi pra fora do IML ali e ficou chorando com o irmão mas não falou nada", relembra.
Monique também acusa o então advogado do casal, André Barreto, de organizar uma "versão" para a morte de Henry.
"O dr. André se apresentou, disse que era casado, que tinha quatro filhos, que estudou para ser padre, que era religioso e que não pegava casos de homicídios se não acreditasse na inocência dos seus clientes. No dia seguinte, o dr. André foi até a casa do pai do Jairinho para conversarmos, mas que só aceitaria o caso se nos uníssemos e combinássemos uma versão inventada."
Segundo Monique, ela questionou o advogado: "Por que eu não poderia dizer o que realmente tinha acontecido? Já que tinha sido um acidente doméstico. Eu ainda não estava satisfeita e disse que falaria a verdade, que eu não via problema algum".
Ela ainda relata que a família de Jairinho insistiu que a "versão inventada" seria a única e que o advogado teria cobrado R$ 2 milhões pelo casal. "Só depois percebi que a defesa era apenas do Jairinho."
"Eu estou sendo apedrejada na cadeia! Todos os dias elas gritam dizendo que vou morrer e que vão me matar, pois acreditam que eu deixava o Jairinho bater no Henry", diz um trecho.
Monique conta ainda na carta que chegou a ser agredida por Jairinho. Antes da prisão, ela reforçava o depoimento do vereador ao contar a mesma história.
Leniel, que também recebeu uma carta de Monique, disse que não acredita na palavra dela.
Essa Monique coitadinha que apanha e fica quieta. Não. A Monique nunca foi assim. Tá muito bem claro que ela sabia que o Henry tava sendo agredido e não fez nada, né? Não falou e não fez nada".Depoimento de Leniel Borel ao Fantástico
Henry morreu no dia 8 de março, no Rio de Janeiro. Monique e Jairinho, cujo mandato de verador está sob ameaça de cassação no Conselho de Ética da Câmara Municipal do Rio, estão sendo investigados pela polícia e estão presos.
É a segunda carta divulgada por Monique desde a morte do filho. No 1º relato, Monique afirmou que, naquele noite, foi "medicada" pelo companheiro e que não presenciou qualquer cena de violência anterior contra o menino.
Fonte : UOL
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